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    "A Revolução está na cabeça das pessoas", e no Facebook

    Kaivar
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    "A Revolução está na cabeça das pessoas", e no Facebook  Empty "A Revolução está na cabeça das pessoas", e no Facebook

    Mensagem por Kaivar Sáb Out 22 2011, 12:35

    Os movimentos políticos de jovens tunisinos que usam a internet como "arma" lutam pela revolução das mentalidades, num país com uma elite urbana esclarecida mas com trinta por cento de desemprego nas zonas rurais. Nove meses após a rebelião popular que derrubou o regime de Ben Ali, os tunisinos vão a votos

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    Os movimentos políticos de jovens tunisinos que usam a internet como "arma" lutam pela revolução das mentalidades, num país com uma elite urbana esclarecida mas com trinta por cento de desemprego nas zonas rurais. Ligados às redes sociais, os jovens tunisinos socorrem-se de telemóveis, tablets, computadores portáteis e máquinas fotográficas para difundirem a mensagem de mudança que não chega ao interior do país mas que, afirmam, pretende criar uma elite na capital.

    "Há três momentos na Revolução. Primeiro são poucas as pessoas que a começam e isto é apenas um momento e já aconteceu, foi o 14 de janeiro. Há uma segunda fase que se prolonga entre cinco a dez anos e nesta fase há muito mais gente envolvida. E, uma terceira fase que se prolonga e que nunca termina e que envolve toda a gente. Nós estamos na segunda fase, na fase de construção e de instalação desta democracia" disse à Lusa, em Tunes, Yassine Ayari, 30 anos, ativista, permanentemente ligado às redes sociais através do endereço www.facebook.com./yassine.ayari.page.officielle .

    Ayari afirma que "antes da revolução os interesses do país eram os do governo" mas hoje não sabe quem vai ficar com o poder "nem como as coisas vão evoluir" depois das eleições.

    "Eu penso que o nosso problema é não termos uma elite capaz de construir um nível de confiança junto do povo. Tem de se formar uma elite e eu espero que dentro de quatro ou cinco anos venhamos a ter já uma nova elite com níveis de consciência", afirma Ayari que critica os políticos e os partidos.

    "Hoje em dia temos uma classe política que fala muito mas ninguém a percebe e, por isso, não precisamos necessariamente dos partidos políticos porque o problema não é político é cultural. Por exemplo, os jovens não falam do problema da separação da religião e do Estado e essa é uma discussão útil. Primeiro temos um problema cultural e intelectual e essas são as prioridades, a política vem a seguir", defende o ativista que acusa a comunicação social de parcialidade.

    "Os meios de comunicação social tunisinos não são neutros nem inocentes e estão sempre a tentar favorecer uma parte em detrimento de outra e penso que as pessoas não têm confiança nos media e, por isso, recorrem à internet", afirma. Para outro grupo, o Movimento Byrsa (https://www.facebook.com/pedro.khron#!/leMouvementByrsa) os partidos políticos não podem ser um fim porque a sociedade civil ainda não está preparada.

    "O que propomos é, antes de falarmos de instituições, antes de falarmos de governos e de eleições é sabermos que projeto de sociedade é que queremos para o nosso país", afirma Seline Ben Hassen, 30 anos, formado em Ciências Políticas em Oxford, no Reino Unido, e que regressou ao país para ajudar a construir uma sociedade nova.

    "O trabalho dos partidos políticos é fazer um projecto de governo, que são programas políticos e técnicos, que se preocupam com o orçamento do Estado, as finanças públicas, a economia, mas a questão da sociedade civil é refletir de uma maneira mais profunda no projecto de sociedade, e não num projecto de governo" defende Ben Hassen que adianta que muitos dos jovens tunisinos estão dispostos a enfrentar as gerações mais velhas e lutar pela mudança das mentalidades.

    "Temos muita gente. É uma questão de esperança. Há muito desencanto na geração anterior sobre o futuro do país e são esses que não concordam connosco e que defendem a realização imediata de eleições. São os jovens que têm sonhos que querem construir uma coisa totalmente nova", afirma Ben Hassen.

    "A revolução tunisina tem uma coisa muito forte, nós inspiramos os países vizinhos. Fomos nós que dissemos que tudo era possível e começar com uma página em branco", defende.

    "Nós talvez possamos fazer pequenas reformas ou então uma verdadeira revolução porque o que aqui aconteceu não foi uma verdadeira revolução , foi um golpe de Estado palaciano ou o que se quiserem chamar. A verdadeira revolução é aquilo que se passa na cabeça das pessoas".

    Nove meses após a rebelião popular que derrubou o regime do ex-Presidente Zine El Abidine Ben Ali, cerca de sete milhões de tunisinos elegem domingo uma Assembleia Constituinte com 217 deputados, etapa decisiva no processo de democratização do país magrebino.

    Fonte: sapo

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