Afegã violada tem de casar com o agressor para sair da prisão
Uma jovem afegã de 21 anos vive o maior dilema da sua via: ou cumpre pena de prisão por ter sido violada por um homem casado, ou casa com o agressor para sair da prisão.
Há dois anos, a jovem de nome Gulnaz foi violada pelo marido de uma das primas. A vítima contou à estação BBC como aconteceu: «Quando a minha mãe saiu de casa, ele veio até minha casa e fechou as portas e as janelas. Eu comecei a gritar mas ele calou-me, tapando-me a boca com as mãos.»
Gulnaz acabou, imagine-se, por ser condenada a 12 anos de prisão, por ter sido violada por um homem casado e assim ter desonrado o nome da família. Posteriormente a pena foi reduzida para três anos de cadeia, sentença que cumpre com a criança que entretanto nasceu como consequência do acto.
O caso, que tem chocado a comunidade internacional, foi denunciado após uma disputa entre a UE e uma equipa de realizadores contratados pela própria União Europeia para levarem a cabo uma série de documentários sobre os direitos das mulheres no Afeganistão, que relataram o caso de Gulnaz.
Num país tão conservador como o Afeganistão, a lei é clara. A acusada pode não cumprir a pena mas para isso terá que casar com o agressor e começar uma nova vida com ele.
«Perguntaram-me se eu estava disposta a começar uma nova vida de liberdade casando-me com este homem. A minha resposta foi que há um homem que me desonrou e que eu quero ficar com esse homem», disse Gulnaz à CNN.
A jovem justifica a sua decisão com o futuro da filha, uma vez que, considera, só assim poderão permanecer juntas e em liberdade.
Mas segundo adianta a CNN a escolha de Gulnaz não a livra de perigo, uma vez que a família do atacante ou mesmo a sua própria família poderão querer matar a jovem por ter desonrado o nome familiar.
Fonte: A Bola